terça-feira, 15 de maio de 2018

Feliz é quem nasce morto.


Em tempos de meninice
Caía chuva mansa sobre o chão
E sobre meus braços abertos.
Os pés descalços desenhando o caminho
Por onde passei e já não volto.

Feliz é quem nasce morto.

Mas eu já nasci e nem me importo
Ainda ontem brinquei sozinho
Descobri ,sem asas, o caminho dos ventos
E colhi todas as flores que cabiam em minha mão
Como se meu dia assim se cumprisse.

Feliz é quem nasce morto.

Fecha os olhos como se nunca os abrisse
Sem denunciar o ritmo do coração.
Velha casa, ninhos de passarinhos enchem teu teto
E o sol escorre pelas ruas devagarinho
Mas minha alma entra no abismo frio e violento.

Feliz é quem nasce morto.

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