domingo, 2 de junho de 2019

Bufotenina

Eu vejo uma névoa entre flores de junco
Na beira do rio enegrecido
Barulho de cigarras e de pássaros
Vejo o sol ,arrependido , regredir o seu caminho
E fixar a noite 

Aí tropeço em delírio
Como vitima do veneno de sapo
Minhas orelhas pegam fogo
No calor entre tuas coxas
E minha nuca é escavada por tuas unhas

Mas cá estamos, descalços na lama
Os pássaros que acordaram tornam ao sono
Eu sinto o medo no ventre
Pirilampos enfeitam teu cabelo

As constelações se refletem no orbe dos meus olhos
Te envolvo no abraço desesperado da serpente
Que quebra, que sufoca
Para juntos descendo às águas consumar o casamento da escuridão

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