sábado, 19 de janeiro de 2019

Se sentir sede as três da manhã, não saia da cama.

Perna esquerda, perna direita, perna esquerda, perna direita, perna esquerda... tento manter o ritmo no caminhar e guiar meus passos: em vão. O resultado é artificial e os que passam perceberiam isso se estivessem atentos. As pernas tesas como as de um boneco rígido, que se mexe todo para simular andar. Ombros como um fio de arco. Seria minha cabeça a flecha a ser lançada para as nuvens? Talvez.
Você acha que pode entender o que tenho a dizer? Eu estaria feliz num dia de chuva, andando sozinho na estrada da minha cidade natal; perto de uma casa abandonada no caminho há pastos verdes e um cheiro suave. Você ainda acredita que falamos a mesma língua? quando horrores se repetem e se repetem e se repetem e se repetem na sua mente, sombras te perseguem, a imaginação se torna uma armadilha e a solidão se cristaliza na alma.
Os risos nos momentos bons fazem um eco no vazio do meu peito. Só eu posso ouvir. Descobri a existência de cidades inteiras que visitamos em nossos sonhos, lugares onde se é todos os moradores e todas as casas. Mas ao caminhar lá, era sempre noite. Os sapos comiam mariposas debaixo da luz de um poste amarelado e eu me questionava como fui parar ali.A garoa caía constante desenhando um halo em volta da lâmpada.Não se via mais nada em nenhuma direção. Não havia teto para se abrigar.

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