sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Marionete

Acordei pela manhã
Como milhares de outros acordaram
E me olhei no espelho:
Tinha o rosto de meu pai, que tinha o rosto de meu avô, que tinha o rosto de meu bisavô e assim por diante
( Não possuía um rosto que era meu.)

Andei pelas ruas anteriormente pisadas por centenas de pés
E senti o calor de um sol impessoal e distante
Até minha revolta que parecia ser original
Foi desgastada em filmes dos anos 70, antes de meu nascimento.

Os meus íntimos complexos estavam descritos em livros e manuais
E atlas antigos conheciam todo meu corpo
O amor, cheio de paixão, era a repetição de uma velha história
De algum entediante poema grego.

A noite dormi 
O mesmo sono que muitos desconhecidos dormiram
Me preparando para viver uma vida que não era minha
Pois até mesmo eu nada podia ser
( A infeliz marionete de carne presa em paranoias.)

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