Enquanto as outras garotas se
esforçavam para desenhar com perfeição, fazendo animais de círculos e outras
formas geométricas, eu fazia rabiscos coloridos e tortos, e lá estava todo um
zoológico com seres incríveis constituídos de partes de diferentes animais
conjuntos, como Jacaranhas e Pandarugas.
Também nunca tive paciência para
brincar de mamãe e filhinha. Eu preferia as bonecas menores, pois tinham mais
acessórios, e eu sempre brincava que uma tentava matar a outra e um herói sem
lei aparecia para salvar a donzela idiota. Eu sempre preferi as vilãs e vilões,
especialmente aqueles que não ficavam falando demais.
Mas eu acho que sei porque minha
mãe me julgava diferente: enquanto as outras crianças choravam para não comer
espinafre e brócolis, eu implorava para que eles sempre entrassem em casa. É,
deve ser isso mesmo. Não tem nada a ver com o fato de que eu queria ser um
cavaleiro templário ou uma amazona, ou com o fato de que faço mais amizade com
homens. Tampouco seria pelas minhas brincadeiras nada femininas, pelo gosto do
sobrenatural e do fantástico, pela vontade de viajar o mundo e viver sem regras
desde bem pequena...
Definitivamente, a culpa é do
brócolis.
Jess Goulart
*Não deixem de ler meus outros textos no Recanto das Letras. Não copie, se copiar, credite (:
E passem também lá no The Theatre Des Vampires para conferir as novidades
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